O vérnix é aquela substância esbranquiçada e graxenta que recobre o recém-nascido. É um biofilme protetor, que tem como objetivo permitir a adequada maturação da pele, protegendo-a contra o líquido amniótico e suas enzimas. Além disso, fornece benefícios antibacterianos e antioxidantes, atua como lubrificante no canal do parto, facilita a redução do pH cutâneo e diminui a perda transepidérmica de água, ou seja, não é sujeira, é proteção. Dessa forma, se não houver risco de transmissão de doenças maternas, ele não deve ser removido nas primeiras horas de vida.

Em condições normais, o primeiro banho do bebê deve ser dado após 24 horas de vida. Isso reduz o risco de hipotermia e desconforto respiratório, favorece a amamentação e o contato pele a pele da mãe com o recém-nascido e mantém o vérnix o mais intacto possível.

Um produto de limpeza adequado para as crianças deve ter um pH próximo ao pH fisiológico da pele, ou seja, em torno 5,0- 5,5 e não conter surfactantes agressivos, como o lauril sulfato de sódio. Os sabonetes tradicionais, em barra, têm pH alcalino, que altera a camada lipídica da pele, eleva o pH, causando ressecamento e irritação da pele. Os sabonetes líquidos e os sindets (produtos de limpeza formulados a partir de tensoativos sintéticos) têm menores valores de pH, com menor poder irritativo e, por isso, são os mais indicados.

Não, não precisa!

O cuidado com couro cabeludo e com os cabelos do bebê segue os mesmos princípios de cuidado com a pele e, por isso, pode ser utilizado o mesmo produto, tornando o uso de shampoo desnecessário.

Poder, pode, desde que o lenço escolhido contenha tampões de pH para manter uma leve acidez da pele e esteja livres de substâncias potencialmente irritantes e tóxicas, como álcool, fragrâncias, detergentes agressivos como o lauril sulfato de sódio, parabenos e liberadores de formol. Como sabemos que este é o caso da minoria dos produtos disponíveis no mercado, o mais recomendado é usar de rotina a água e algodão, deixando os lenços para ocasiões em que estiver fora de casa. A pele e a saúde da criança agradecem!

A escolha do cosmético infantil deve ser criteriosa. A pele mais fina e sensível da criança favorece a absorção de subtâncias, que podem ser irritativas, alérgênicas ou tôxicas. Devem ser evitados produtos que contenham, principalmente, fragrâncias (parfum), parabenos, ftalatos (como o di-butil ftalato), fenoxietanol, formaldeído e liberadores de formaldeído (como quaternium-15, diazolidinilureia, imidazolidinil ureia e DMDM ​​hidantoína), metilisotiazolinona, lauril sulfato de sódio e os filtros solares químicos, oxibenzona (benzofenona-3) e octinoxato.

O uso de esmaltes destinados aos adultos é contraindicado em crianças. Os esmaltes infantis, à base de água, estão liberados pela ANVISA para maiores de 5 anos. No entanto, é bom lembrar que, mesmo estes podem conter subtâncias sensibilizantes, capazes de provocar dermatite de contato. Por isso, quanto mais precoce for a aplicação de esmaltes, maior a chance de alergia futura, o que dificultará o uso na idade adulta.